Linha do Minho: Tuy -> Caminha

8 de Novembro de 2008

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Após Douro, Vouga, Tua, Tâmega, Corgo... decidimo-nos virar um pouco para o Minho! Então surgiu a ideia, depois das nossas pequenas caminhadas na Linha do Minho, perto de nossas casas, para filmar comboios, de realizar uma caminhada de 30 kms entre a estação fronteiriça de Tuy (já do lado espanhol) e a estação de Caminha.
Falando um pouco de Linha do Minho, tem uma extensão de 135 kms e liga P. S. Bento a Espanha, através da fronteira em Valença. Podemos dividir esta linha em duas: o seu troço modernizado, que corresponde ao troço entre Porto S. Bento e Nine, e o seu troço não modernizado, entre Nine e Valença. No primeiro, a linha é dupla em todo o seu trajecto e é electrificada. No segundo, em via única, o cantonamento é o telefónico, não havendo electrificação da linha. Quanto aos comboios que passam nela todos os dias, são: CPA 4000, UDD 450, UTD 600, UME 3400 (urbanos Porto), UTE 2240, Intercidades com 5600 à cabeça e mercadorias com 1960, 2600, 2500, 2550 e 5600 à cabeça. Basicamente é uma Linha com uma grande variedade de serviços e de enorme importância para o país... Outrora, em Valença, tinha ligação com a linha que ia para Monção, que foi transformada em ecopista, entretanto. É também de salientar que abriu recentemente a Variante da Trofa, a 16 de Agosto de 2010, que permitiu duplicar a linha, o que era bem preciso uma vez que havia um grande estrangulamento de tráfego ferroviário ali! Devido a essa pequena alteração no traçado da linha, teve de se construir a nova estação da Trofa, que ainda não é possível ver nos nossos vídeos (ainda passamos na estação antiga).
A aventura dos The Brave Ones teve início em Porto - Campanhã, a nossa estação tão especial! O objectivo era apanhar o comboio das 7h55, que é um dos dois comboios internacionais diários com destino a Vigo. A composição era, como já é habitual neste serviço, uma Unidade Dupla Diesel 0450, mais propriamente a 452.

Toda a nossa viagem de, aproximadamente, duas horas e meia foi filmada no interior da cabine de condução. Pelo facto ficam os eternos agradecimentos à C. P., Comboios de Portugal, especialmente ao maquinista e revisores do comboio que muito bem nos acolheram.



10h22, chegamos a Tuy à tabela, onde entraram o maquinista e revisor da Renfe, empresa do transporte ferroviário espanhol. E lá foi o comboio rumo a Vigo...



Estivemos a averiguar a muito calma estação de Tuy. Achámos bastante piada ao chefe da estação com uma farda característica muito interessante, especialmente o boné! É original... Casas de banho trancadas, apenas o silêncio de uma estação que parecia abandonada!

Estação Fronteiriça de Tuy - km 134,2 (Linha do Minho)

Após apreciarmos bem este lado espanhol lá fomos nós rumo à Ponte Internacional sobre o Rio Minho. Um pormenor curioso foi o de encontrarmos um cavalo junto da linha! Quando fomos a Fregeneda vimos um burro, agora um cavalo... É normal, em Espanha, ver-se animais junto das linhas, pelos vistos!





Pouco depois e já com a tarde à porta chegamos a Valença. Nota-se logo que chegamos a Portugal: a sinalização, o edifício da estação... Tudo típico Português! Estivemos a averiguar a estação e ainda houve tempo para uma simulação de suicídio por parte dos Brave Ones (vejam os nossos vídeos!)...





Pena o museu com o letreiro "Material do Séc. XIX" não se encontrar aberto aos Sábados! Seria uma visita interessante! Fica para a próxima... Um pormenor que nos escapou devido ao atraso que levávamos, foi de filmar os primeiros metros da ecopista que segue para Monção. Fica para quando formos visitar o Museu!

Estação de Valença - km 129,8

Valença visitada é tempo de seguir para Caminha. A próxima estação, fechada (subentenda-se em eclipse), é S. Pedro da Torre, onde demos umas lições de Regulamentação Ferroviária.

Estação de S. Pedro da Torre - km 125,5

E foi entre S. Pedro da Torre e Carvalha que paramos para almoçar, mesmo ao lado da linha, logo após ter passado o primeiro comboio por nós. E numa zona interessante já que foi junto ao ponto onde a linha deixava de ser aparafusada (carril antigo) e passava a ser soldada (carril moderno). Para entenderam melhor vejam a explicação que consta nos nossos vídeos...



E mal acabamos de almoçar, no mesmo local, o segundo cruzamento com comboios efectuou-se!



A partir daí a caminhada tornou-se mais difícil devido à falta de travessas "completas", ou seja, de um lado ao outro do carril. Estávamos a caminhar apenas sobre pedras e pedras...




E assim passamos o apeadeiro da Carvalha e chegamos a Vila Nova de Cerveira.

No Apeadeiro de Carvalha - km 122,1

Apeadeiro desactivado de Breia - km 117,5

Estação de Vila Nova de Cerveira - km 115,6

Foi aqui que tivemos de tomar uma decisão muito importante. Passo a explicar:
O comboio que iríamos apanhar é o último para o Porto e é, curiosamente, o comboio internacional que vem de Vigo exactamente a mesma composição em que viemos! Este comboio pára em Vila Nova de Cerveira e depois só pára em Caminha. Ora nós íamos com cerca de 30 minutos de atraso e não podíamos chegar muito atrasados a Caminha pois perdíamos perder o comboio. Mas como a nossa ideia não era ficar duas horas a olhar para V. N. Cerveira decidimos continuar e acelerar para recuperar atraso e assim fazer toda a caminhada que fora programada. E assim foi, de prego a fundo, lá caminhamos tendo em conta os comboios que iam passando por nós...
Logo o primeiro foi um pouco complicado: estávamos entre V. N. Cerveira e Gondarém a chegar a um túnel em curva que, apesar de curto (não muito), não permitia ter visibilidade para o outro lado. Sabíamos que estava mesmo na hora de passar um comboio no sentido contrário ao nosso. Claro que cruzar com um comboio dentro de um túnel de via única não é muito agradável! Assim sendo, decidimos esperar que o comboio passasse para a seguir passarmos nós. O que acontece é que o comboio nunca mais vinha e nós estávamos num impasse grande: passamos ou não?! 15 minutos depois da hora lá veio ele e só depois passamos! Já estávamos a duvidar se era um comboio diário e tudo! Com isto, só acabamos por ficar ainda mais atrasados. Depois é que foi puxar pelas pernas!



Em Gondarém foi a grande decisão final: ou continuamos ou voltamos para trás. Após uns bons cálculos entre o tempo restante e os quilómetros restantes (foi preciso caneta e tudo, com os Brave Ones é assim! Para "falhanço" bastou a primeira aventura!!), conclusão: a um bom ritmo conseguíamos apanhar o nosso comboio! Então, nem olhar para trás, pusemo-nos a caminho!

Do apeadeiro de Gondarém não conseguimos imagens.

Passamos no apeadeiro de Esqueiro e de Seixas e, por fim, chegamos a Caminha com 5 minutos de atraso em relação ao nosso plano.

Apeadeiro de Esqueiro - km 110,5

Estação desactivada de Lanhelas - km 109.6

 Mas como deixamos uma margem de 15 minutos entre a hora de chegada e a hora do comboio, ainda tivemos que esperar 10 minutos! Estávamos tão cansados!

Estação de Caminha - km 104,7

E lá veio a nossa UDD 453 novamente que nos permitiu um óptimo descanso.





Hora de partida: 20h02. E depois de uma viagem um pouco "irritante", pois de noite não se consegue ver nada para o exterior devido à intensa luminusidade no interior do comboio, lá chegamos a Porto - Campanhã por volta das 22 horas.



Mais uma aventura ferroviária para juntar a outras, com a promessa que a Linha do Minho irá ser alvo de mais aventuras. Adoramos, apesar de ser um pouco cansativo... Nada que uma boa massagem não resolva!!

A viagem de ida, na UDD 0450, pode ser visualizada, na íntegra, AQUI!

Fotos da Aventura (podem ser melhor visualizadas na nossa galeria de fotos):

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