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Entre Março e Outubro de 2008, a C.P. disponibilizou um comboio traccionado por uma locomotiva a vapor, todos os sábados. Como é óbvio, os Brave Ones tinham de lhe fazer uma visita. Como gostamos de passar um dia inteiro, e não apenas umas horas, nos caminhos-de-ferro decidimo-nos pelo usual comboio das 7h25 que parte de Campanhã com destino ao Pocinho.
E assim foi. Chegamos à estação de Campanhã, compramos os bilhetes e dirigimo-nos para a linha 9 onde estavam a decorrer as manobras para colocar a 1455, locomotiva que nos levou, à cabeça do comboio.
Concluídas as manobras e chegada a hora de partida, lá fomos para o Pocinho. Mais uma viagem na linha do Douro que tanto amamos, acompanhada pelo som dos motores e buzina de uma 1400, bem característico.
Chegados ao Pocinho, visualizamos as manobras que a 1400 tem de fazer para inverter o sentido do comboio e, como tínhamos de passar o tempo e aproveitá-lo, percorremos os primeiros 3 kms da linha que continua para lá do Pocinho até Barca d'Alva, já por nós percorrida na íntegra na nossa primeira aventura.
Esta pequena caminhada foi bastante nostálgica, pois a última vez que por ali tínhamos passado foi perto das 4 da manhã, estourados "mortinhos" por encontrar a estação do Pocinho.
A meio da nossa caminhada, no sentido de Barca d'Alva, encontramos um grupo de 10 elementos, com os quais tivemos o prazer de falar, que ali se encontravam para efectuarem a caminhada, não só até Barca d'Alva, mas até a Fregeneda, em dois dias. Como esse trajecto já o percorremos bem, falamos-lhes dos maiores perigos e curiosidades da caminhada.
À medida que caminhávamos, fomos colocando uma saca com uma pedra no seu interior, na linha, com o objectivo de controlar o tempo na volta, visto que tínhamos um comboio para apanhar e não podíamos perdê-lo senão..... adeus comboio histórico! De 20 em 20 minutos, lá colocávamos uma saquinha.
Quando achamos que o tempo estava a começar a apertar, parámos e descansamos um pouco ao mesmo que deliciávamo-nos com as paisagens belas que o rio Douro oferece.
Tempo de voltar para trás, chegar ao Pocinho e apanhar o comboio com partida às 13h18 desta estação. O seu destino era a estação da Régua, mas saímos antes, na estação do Tua, pois achamos ser a mais interessante recepção ao comboio histórico já que poderíamos estar mais tempo com ele.
14 horas: chegada ao Tua e tempo para matar a fome, que já não era pouca! O nosso local de almoço, para curiosidade, foi uma mesa (do género, para jogar as cartas, em madeira), mesmo em frente à estação.
Após o nosso almoço, revisitamos o material já fora de serviço que se encontra na estação do Tua, abandonado, mas desta vez, com mais atenção. Fomos também visitar a ponte da linha do Douro sobre o Rio Tua, uma ponte com bastante interesse.
Perto da hora de chegada do comboio histórico ao Tua, que seria às 15h55, fomos para a estação para recebê-lo. Este chegou com um atraso de 20 minutos (típico no vapor....) e foi um dos melhores momentos do nosso dia: o primeiro contacto com a locomotiva Henshel 0186 e as suas carruagens tipicamente antigas.
Mal chegado o nosso comboio à estação, a locomotiva foi desengatada do resto do comboio e dirigiu-se para a placa giratória onde fez a rotação para que o comboio voltasse à Régua. Esta tarefa de rotação foi muito dolorosa para o pessoal que rodou a placa: a máquina tem cá um peso!...
Rotação concluída é hora de levar a locomotiva para a torneira com o fim de ser abastecida de água. Após o abastecimento foi a parte da lubrificação das rodas, e outros mecanismos (pouco) sofisticados que estas locomotivas necessitam para o seu funcionamento. E o óleo que se gastou não foi assim tão pouco quanto isso!
Após todas estas tarefas serem concluídas, a 0186 seguiu para a cabeça do comboio. Com o comboio já engatado, logo atrás da locomotiva (curiosidade) seguía o locotractor 1185 para o caso de avaria da vaporosa.
Locotractor que serve de auxiliar da 0186, em caso de avaria |
Com um atraso de cerca de 20 minutos, lá partiu o nosso comboio histórico para a estação da Régua. O comboio ia cheio de turistas, apesar do avultado preço dos bilhetes (cerca de 40€).
Com a partida do comboio, ocorreu também a nossa despedida ao mesmo com a promessa que voltaríamos numa próxima oportunidade de o ver novamente a efectuar serviço comercial.
Na estação do Tua apanhamos o comboio das 18h15, que nos levou até Porto-Campanhã. Durante a viagem, devido a um contratempo na Régua o nosso comboio atrasou-se um pouco. Aliás, foram dois contratempos! O primeiro foi a engatagem da nossa UTD a outra que já sem encontrava na plataforma da estação. É que, quando chegamos ao sinal principal de entrada na Régua, este se encontrava fechado e demorou tempo para abrir. Lá o comboio ao qual íamos engatar não estava preparado para nos receber...
O segundo contratempo foi um homem, passageiro do nosso comboio, que já se encontrava bastante embriagado e, na estação, saiu do comboio e começou a dar um "show" daqueles! Vocês já devem estar a imaginar... O chefe da estação queria dar partida ao comboio e o homem não entrava na composição! Por pouco ficava....
À Entrada da estação de Régua, apanhámos este vermelho que ainda demorou bastante a mudar o seu aspecto! |
Mas enfim, lá continuamos. Ao chegar a Caíde, devido ao atraso, começamos a cantonar com um comboio urbano. Para os menos entendidos, esta expressão significa que, devido ao comboio que se encontrava à nossa frente ir muito perto de nós (por ter de parar em muitas estações e apeadeiros) fazia com que nós apanhássemos bastantes amarelos reduzindo muito a nossa velocidade de marcha, chegando mesmo a parar (devido a um vermelho).
Apesar de tudo, chegamos a Campanhã cerca das 21h05, com um atraso de 15 minutos. O comboio tinha como destino Porto-S. Bento. Ora, como sabíamos que ele iria voltar para ir para o parque de Contumil decidimos esperar em Campanhã pela sua passagem no sentido inverso, depois de terminar o serviço comercial.
E foi assim que concluímos mais um dia passado na ferrovia, o qual adoramos bastante. Recuamos aos bons velhos tempos do vapor e visualizamos como tudo era feito (ou quase tudo) nos primórdios do caminho de ferro. Foi assim que tudo começou, que o comboio começou a ganhar terreno na área dos transportes. Por outro lado, felizmente que tudo evoluí já que este tipo de tracção requeria muito esforço humano, era doloroso. Agora temos grandes máquinas com sistemas de pendulação como o nosso CPA 4000, o mais conhecido por Alfa Pendular, que nos possibilita viajar a 220 km/h, impensável para locomotivas a vapor...
Locomotiva Henshel 0186 |
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