Linha de Leixões: Contumil -> Leixões

3 de Novembro de 2007

Lista de Reprodução dos Vídeos da Aventura: AQUI
Galeria de Fotografias da Aventura: AQUI

A nossa segunda aventura, na chamada Linha de Leixões, surgiu do facto de um de nós viver a cerca de 200 metros da mesma e, também, da nossa curiosidade em saber por onde a linha passava. Daí aparece a ideia de combinarmos a caminhada ao longo de toda esta linha, incluindo o Ramal de Lidador.
A Linha de Leixões liga Contumil (Linha do Minho) ao Porto de Leixões. Aquando da caminhada, só passavam comboios de mercadorias uma vez que a circulação de passageiros foi descontinuada, nesta linha, em 1966. Bem há pouco tempo, a mesma circulação foi reestabelecida, em Maio de 2009 entre Ermesinde e Leça do Balio, com comboios Suburbanos do Porto. Pois o que acontece é que foi novamente encerrada em Janeiro de 2011 devido a não "se justificar" já que os passageiros eram poucos!.... E tudo está como estava em 2007, quando realizamos esta aventura/caminhada na íntegra: quer entre Contumil e Leixões, quer o pequeno Ramal que liga a estação de S. Gemil (da Linha de Leixões) a Ermesinde, denominado Ramal de Lidador.
Começámos a nossa aventura na estação de Contumil, cerca das 9 horas. Logo após os primeiros 100 metros deparámo-nos com a primeira curiosidade: um AMV (Aparelho de Mudança de Via ou agulha) aquando da nossa passagem pregou-nos um pequeno susto já que mudou de posição (salienta-se que estas agulhas mudam-se à distância, são automatizadas) o que nos levou a crer que dentro de momentos passaria um comboio. E assim aconteceu!! Passados sensivelmente 5 minutos ouvimos um buzina seguida do barulho típico de um comboio a chegar e nós, julgando ser um comboio de carga, deparámo-nos com uma 5600 isolada, ou seja, sem qualquer vagão, carruagem ou furgão.



Passada a máquina lá continuámos nós a nossa caminhada até que nos deparámos com mais uma curiosidade: o facto de termos chegado à estação de S. Gemil e acharmos lá um farol de cauda luminoso que, provavelmente, teria caído de um comboio de mercadorias que lá tivesse passado ou mesmo parado! Como achámos interessante, trouxemos o dito sinal connosco e ficará sempre guardado como recordação.
Na estação de S. Gemil existe um ramal que faz parte da Linha de Leixões: o ramal de Lidador! Como o nosso desejo era realizar esta linha na íntegra, percorremos op mesmo ramal que vai até Ermesinde.
Depois de percorrido 1 quilómetro deste ramal, uma estranha situação chamou-nos à atenção: duas linhas, uma das quais com num descarrilador automático na posição que faria descarrilar qualquer comboio que ali passasse. 500 metros à frente e a seguir a uma curva à direita, descobrimos uma zona de carregamento e descarregamento de areias onde se encontrava um comboio a fazer uma descarga de areia. Este facto justifica o que até então não tínhamos entendido: o tal descarrilador automático que assegura a segurança dos comboios que se encontram estacionados para carga/descarga.



Depois de observarmos o processo de descarregamento de areia, prosseguimos até à estação de Ermesinde.
Posto isto, para não voltarmos a percorrer 4 quilómetros em sentido contrário, embarcamos num autocarro da STCP (Sociedade de Transportes Colectivos do Porto) que nos levou de volta à estação de S. Gemil e, já com alguns quilómetros nas pernas, continuámos em direcção a Leixões.
Ao 10,7 km, na estação de Leça de Balio, encontrámos uma placa datada de 1952 alusiva ao facto dessa mesma estação ter ganho o primeiro prémio de decoração de jardins em todo o país.



Retomámos a nossa caminhada chegando ao ponto mais interessante desta linha. E assim, sem sabermos de nada, encontrámos um ramal que nos pareceu particular, com um portão fechado, mas facilmente transponível através da grande abertura que se encontrava junto aos carris. Não sabendo o que se encontrava no interior deste recinto, resolvemos investigar.




Passámos o portão e 100 metros à frente deparámo-nos com as instalações da EMEF - GOP (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário - Grupo Oficinal do Porto). Também reparámos que atrás de nós existia um linha que, ao fim de 100 metros encontrava-se cheia de vegetação, impossível de transpor. Ali verifica-se que numa cota superior passa a linha de Metro Ligeiro do Porto que faz a ligação Estádio do Dragão - Póvoa de Varzim.
Percorremos alguns metros no interior das instalações e verificámos uma quantidade significativa de material circulante em avançado estado de degradação. Apercebemo-nos que havia segurança no recinto e, não estando nós devidamente autorizados a andar no mesmo, ficámos indecisos se havíamos ou não de avançar para podermos observar mais pormenorizadamente as máquinas que lá se encontravam. Decidimos ir em frente, tendo o respectivo cuidado para tentar não sermos observados. Assim, entrámos em várias locomotivas quer de tracção a vapor, quer de tracção diesel de via larga e estreita e também carruagens e automotoras. Numa destas locomotivas, encontrámos um livro de registo de trabalho de bordo.
Após termos visto todo aquele material, voltamos ao ponto de partida, ou seja, ao portão de entrada por forma a continuar a nossa caminhada.
500 metros à frente, verificámos que existia um apeadeiro só para os trabalhadores da EMEF com medidas de segurança apertadas, como câmaras de vídeo-vigilância, e estranhámos o facto de no portão através do qual entráramos não haver os mesmos critérios de segurança.




Estando o dia já a terminar e após mais alguns quilómetros, acabamos por avistar o Porto de Leixões e a entrada na estação com o mesmo nome. Esta estação é vedada ao público, mas esta informação não era do nosso conhecimento, já que não existia qualquer aviso à entrada do parque e estação de mercadorias e passageiros de Leixões.
No entanto, depois de tentarmos encontrar caminho para o edifício da estação de Leixões, fomos surpreendidos por um agente de segurança que nos disse que nos encontrávamos numa área restrita, convidando-nos educadamente a sair daquele recinto.
Após sairmos, e como nos encontrávamos a cerca de 100 metros da estação do Metro inicial da linha de Matosinhos (linha A), embarcamos neste veículo e, desta forma, terminámos a nossa caminhada!
Ao longo de todo o trajecto, só nos cruzámos com um comboio (unidade motora isolada), logo ao início o que nos decepcionou um pouco. Isto deve-se ao facto de termos realizado esta aventura num sábado, dia muito calmo na Linha de Leixões. Foi pena!!
Foi um percurso de 22 quilómetros numa linha que superou as nossas expectativas, visto que inicialmente considerávamos a mesma como sendo de pouco interesse, mas acabou por ser uma caminhada muito entusiasmante, apesar da falta de comboios!

As fotos da aventura:


Todos os Vídeos da aventura podem ser vistos através do link no topo.

3 comentários:

mcnuno disse...

... pois que está delicioso. Grandes "We are the brave ones" ;)

RR

Vasco Costa disse...

Para que serve aquele ramal coberto de vegetação?

The brave ones disse...

Qual o ramal a que se refere?